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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Choros e velas

Lucros setoriais, no Brasil
Era mesmo de se esperar que em uma economia com juros exorbitantes, como a brasileira - movida por altas taxas de crescimento, com demanda interna impulsionada pela expansão da renda familiar e pela oferta de crédito abundante-, o setor bancário fosse mesmo muito lucrativo. Não há do que reclamar. A não ser de um governo que se esqueceu  de fazer outras coisas além de valorizar o real e subir a taxa de juros.
Agora, o que impressiona em um país agricola, exportador de commodities provenientes da zona rural, cujos preços estiveram tão altos e que continuam a crescer, é que o único setor a registrar prejuízos seja exatamente o da agricultura e da pesca.
E há quem peça reforma agrária. Talvez para empobrecer mais o assentado.
Com preços altos em todo o mundo, o agricultor teve prejuízo. Então com quem ficou o lucro? Com seus fornecedores e com os intermediários, naturalmente. O consumidor pagou e caro. Os índices de inflação mostram que o problema vinha dos altos preços dos produtos agrícolas pagos pelo consumidor urbano.
É hora de repensar o modelo econômico. Isso não é tarefa que se faça sem apoio na teoria do crescimento e na teoria do desenvolvimento. Trata-se de problema estrutural e não conjuntural.
Monetaristas nem saberiam do que estamos falando. Fica para a próxima geração de brasileiros, porque, para a atual, os juros devem ser altos e o dólar baixo. Não há choro, nem vela.

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