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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Começamos um novo tempo no câmbio?

Agora será necessário acompanhar o aumento de IOF com medidas monetárias e fiscais
Em postagem de domingo, com a chamada “Não pode ficar embrulhado para presente” e sob o título “É urgente alterar a política cambial “, insistimos na ineficácia das intervenções do Banco Central no mercado de câmbio e que o valor do Real havia alcançado um patamar artificial, provocado, em grande parte, pela entrada de capitais especulativos no Brasil. Finalizamos o texto arriscando uma previsão: “Aguardem. Deve vir “chumbo grosso” nas espingardas dessas duas autoridades (Mantega e Meirelles). Parece já haver, entre eles, o entendimento sobre o aumento do IOF. Pessoalmente, penso que o valor do IOF vai dobrar de 2 para 4%.”
 Aconteceu. E de forma seletiva. Puniram-se apenas as aplicações em renda fixa, poupando as aplicações em bolsa dessa tributação adicional. A medida busca atingir apenas a especulação, preservando as aplicações em ações e, portanto, favorecendo os lançamentos já preparados pelas empresas para fundear suas ampliações e seus novos projetos. Fica manifesta a convicção da autoridade monetária no mercado de capitais brasileiro.
Por si só, o aumento tributário não dará conta de todo o recado. Como diz o jornalista Celso Ming, há um estoque de liquidez provocado pelo excesso de investimentos muito grande na economia nacional. É preciso enxugá-lo. Por isso, acrescentei algumas sugestões adicionais: “ Penso ainda que o juros poderiam cair 0,5 pontos percentuais e o crédito poderia sofrer um contingenciamento seletivo. Haveria maior estímulo aos investimentos, redução das pressões inflacionárias, ampliação do emprego via exportações e, finalmente, um ajuste das taxas de crescimento do PIB ao verdadeiro potencial de crescimento da economia nacional.
Em café da manhã nessa segunda-feira, Celso Ming alertou-me para as dificuldades de implantação dessas idéias. Forças políticas, tais como sindicatos e associações de classe não permitiriam o contingenciamento do crédito. A tentativa do contingenciamento seria frustrada, sobretudo nesse momento eleitoral. Trata-se de jornalista experiente e muito articulado com os centros decisórios e sua opinião me inspira muito respeito.
Modestamente, vou manter minhas convicções iniciais. “Em outras palavras, problemas como esse, não podem ficar embrulhados para presente. Há urgência em resolvê-los.” É momento de deter o consumo pelo lado das limitações creditícias, pois a alternativa a isso seria subir a Selic outra vez. Significaria anular o aumento de 2% na alíquota do IOF, mantendo a rota de sobrevalorização cambial.

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