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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Inflação no campo

Da fazenda diretamente para a mesa
do consumidor
O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) subiu 5,43%, em setembro, enquanto o IqPR-V (vegtetais) teve alta de 4,84%, e o IqPR-A (animais) registrou alta de 6,88% no mesmo período. A pesquisa é feita pelo Instituto de Economia Agrícola – IEA e encontra-se publicada integralmente no seu site. É muito interessante acompanhar esse site: www.iea.sp.gov.br/
Os cálculos são feitos com a cana-de-açúcar e, também, excluindo-a do índice, devido a seu peso muito alto quando se pondera todos os demais produtos. Veja a tabela referente às variações percentuais em setembro de 2010, que é a que mais nos interessa no momento, e aquelas que calculam as variações de setembro 09 a setembro de 10.

Considerada a inflação brasileira e seu centro da meta é de assustar realmente. Entretanto, é preciso lembrar que alguns produtos estavam com seus preços muito defasados há um ano.
A exclusão da cana-de-açúcar,dá idéia mais clara da inflação que está por vir no setor de alimentos.

Além de 2009 ter submetido o agricultor paulista a um regime de preços muito baixos, como se poderia ilustrar com os preços do milho, da laranja, do amendoim e do feijão, outro fator pode explicar as elevadas altas, nos últimos doze meses. Os preços baixos tiveram origem nos excessos de oferta dos produtos mencionados e que induziram, como resposta, uma significativa redução da área plantada. O outro fator a pressionar os preços é de natureza climática. Chuvas excessivas que atrapalharam a florada da laranja no mês de novembro e dezembro de 2009, e que impediram algumas colheitas no mesmo período. Já no início de 2010, tivemos fenômeno inverso. A seca. Atrasou o plantio da safra das águas. Com isso, essas culturas acabam levando ao mercado uma oferta bem inferior àquelas de períodos anteriores e os preços disparam uma vez mais. O quadro abaixo dá a medida desses efeito sobre os preços recentes do grupo alimentos.
Fica fácil imaginar os efeitos desses aumentos sobre a o custo da sala de jantar do consumidor brasileiro. Comer vai ficar mais caro nos próximos meses. Bom momento para iniciar um regime alimentar e combater a obesidade.
Também há que se pensar que o crescimento da economia nacional e a distribuição da renda, em direção às classes menos favorecidas, contribuíram de maneira expressiva para os aumentos ocorridos. De fato, sempre houve no país uma grande demanda reprimida por alimentos. Dir-se-ia que, nesse caso, “juntou a fome com a vontade de comer” e os preços subiram. Mas não se pode subestimar também as pressões impostas pelos mercados internacionais sobre grãos, açúcar, café, laranja, etc.
Gráfico 1. Evolução do Índice Quadrissemanal
de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista,
Setembro de 2009 a Setembro de 2010.
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Maiores altas: feijão 54,74%, laranja para mesa 26,02%, algodão 23,11%, milho 20,32%, carne de frango 19,11% e trigo 18,52%.
Maiores quedas: tomate para mesa 25,57% e ovos 2,52%.
Preparem-se, portanto, para esses novos centros de pressão sobre os preços. Pergunte-se também se para evitar essa alta, deveríamos subir mais os juros ou, de forma mais sensata, criar uma política agrícola que garantisse ofertas mais consistentes de alimentos à população brasileira. Os excessos podem ser contidos pelo contingenciamento seletivo do crédito que sustentam essas altas específicas.Os maiores financiador desse grupo de produtos são os cartões de crédito, nas suas várias modalidades. Fica a sugestão desse critério para iniciarmos a seletividade do crédito.
De resto, precisamos realmente aplaudir a qualidade do trabalho de nosso Instituto de Economia Agrícola. Permite fazer boas previsões e construir ações corretivas muito rápidas.

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