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domingo, 10 de outubro de 2010

O câmbio na perspectiva dos mercados internacionais

Câmbio não é só um problema nacional.

Mesmo em relação aos emergentes que, no contexto mundial, têm apresentado tanto as maiores taxas de crescimento quanto resultados fiscais claramente superiores aos apresentados pelos países ricos. E é exatamente por isso que os emergentes têm atraído um fluxo mais robusto de capitais internacionais, recriando a lógica já consagrada de “quanto maior o volume de dólares atraído para o país, maior a valorização da moeda local”. Retornos elevados e a melhor qualidade do crédito nesses países completam o quadro dos influxos internacionais de capitais, apreciadores das moedas de países emergentes.
Estados Unidos, Europa e Japão lutam para aquecer suas economias e evitar suas eminentes deflações internas. As taxas de juros ou já atingiram o zero, ou caminham célere em direção a ele. Seus bancos centrais, na semana passada, fizeram crer ao mundo, por sucessivas e contundentes declarações, que não hesitarão em injetar recursos em seus mercados para dar ritmo mais forte as recuperações dessas economias.
Por final, a China põe mais lenha nessa fogueira, à medida que mantém sua moeda depreciada em 40% em relação ao dólar. Essa postura tem tornado inócuo o esforço da OMC em liberalizar o comércio mundial e de reduzir as tarifas comerciais entre os países- membros dessa organização. O esforço da OMC tem a direção de ampliar as trocas mundiais e de produzir maior eficiência economia na economia internacional. Tudo isso se torna inútil, quando a China pela sub-valorização de sua moeda, enseja a distorção dos fluxos de comércio e introduz uma inconveniente assimetria monetária no mundo.
A recusa chinesa em apreciar o Yuan tem motivo. E forte. Mas,de alguma forma, pode ser compreendido. A valorização pleiteada pela comunidade internacional levaria à redução das taxas de crescimento do gigante asiático e, socialmente, isso poderia provocar a ruptura do tecido político do país, deflagrando uma circunstância social que, mesmo o regime ditatorial comunista não conseguiria suportar.
A perda de valor da moeda norte-americana não é fenômeno recente. Pressionado pelo que na ocasião se chamou de tween deficits - déficits simultâneos, promovidos pelos desequilíbrios fiscais e nas contas externas. A esses problemas de quase 10 anos atrás, adicionaram-se componentes novos decorrentes da recente crise financeira mundial. Essa é a razão de não se poder acreditar que, daqui para frente, algum país consiga ter apreciações significativas de suas moedas em relação ao dólar americano. Em outras palavras, no atual patamar da atividade econômica mundial, o dólar teria encontrado o fundo do poço.

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