Banner

Translate

quinta-feira, 13 de maio de 2010

BNDES investe de forma oportuna

Investimentos no País devem somar R$ 850 bilhões até 2014
DCI    12 de maio de 2010   Karina Nappi
SÃO PAULO - A projeção dos investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os próximos quatro anos cresceu 10,4% frente a expectativa anunciada em 2008. A informação é do presidente da entidade, Luciano Coutinho. "Mapeamos, até 2014, o total de R$ 850 bilhões em investimentos. Anteriormente à crise tínhamos previsto o valor de R$ 770 bilhões registrado no estudo feito pelo BNDES", relatou.
Os valores concedidos aos investimentos do BNDES são provenientes das ajudas concedidas pelo governo federal. Do início de 2009 até o mês passado estes aportes custarão R$ 187,8 bilhões ao Tesouro Nacional. Do valor total, a maior parte veio do empréstimo de R$ 180 bilhões em títulos federais e papéis do governo.
Segundo o diretor da Fractal, Celso Grisi, as ajudas do Tesouro Nacional ao BNDES geram impactos negativos nos cofres públicos em curto espaço de tempo.
"Temos sim um impacto negativo na primeira instância para os cofres públicos. Contudo, o BNDES tem uma virtude: converte tudo em investimento. É o que precisamos. No curto prazo pressiona as contas, mas no médio prazo é ótimo, corrige defeitos estruturais da economia. É um crescimento ajuizado".
Ele afirma que é um erro dizer que o banco de fomento empresta muito, quando na verdade o banco financia investimentos em infraestrutura e outras áreas. "O BNDES está criando investimento, criando capacidade produtiva e agora, mais do que nunca, o crédito do BNDES representam aumento da capacidade produtiva. Então a pergunta correta que deve ser feita é: como fazer para que o mercado financie o investimento e não precise o BNDES carregar um fardo tão pesado?", questiona o economista.
Coutinho já conversou com o ministro Guido Mantega, com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, além de agentes do sistema financeiro para desenvolver mecanismos de financiamento alternativos ao banco de fomento.
"Terminada agora essa fase de criação do Exim, que exigiu muita energia, meu foco será todo dirigido à questão do financiamento privado de longo prazo. Precisamos encontrar meios e formas de estimular o mercado financeiro privado para o setor corporativo, através do mercado de debêntures, através do mercado de securitização de créditos bancários", acrescentou Coutinho.
Segundo ele, já é possível notar um aumento nos investimentos do setor de petróleo e gás e naqueles voltados para o mercado interno. Mas a novidade, segundo ele, é uma recuperação nos investimentos voltados ao mercado internacional. Coutinho acredita que o maior vigor se deve à elevação nos preços das commodities (matérias-primas) no mercado internacional. Ele destaca ainda o crescimento das exportações brasileiras para a Ásia.
"Os setores mais beneficiados com os investimentos são petroquímico, farmácia e agronegócios, que tem uma demanda arquivada e agora um preço maior. Seguido destes teremos a construção civil, produtos químicos, plásticos, borracha, vestuário e calçados. A reação forte dos investimentos do BNDES está associada aos setores ligados à exportação brasileira", frisou Grisi.
O presidente do BNDES informou ainda que os investimentos em infraestrutura levantados pelo estudo concluído em abril apontam para um incremento de cerca de R$ 40 bilhões frente ao estudo realizado em agosto de 2008, antes da crise internacional. O valor subiu de R$ 273 bilhões para R$ 310 bilhões, para o período que vai de 2010 a 2014.
Falando grego
Com relação à crise grega, Coutinho afirmou que poderemos ter um efeito benéfico para o Brasil, ao frear o crescimento excessivo da economia. "Neste ano, o problema é crescer demais e ultrapassar a barreira de 6%. Isso aqueceria demais [a economia], o que não é bom", disse. Na sua opinião, o país europeu irá superar o problema econômico e não haverá a necessidade de injeção de liquidez na economia brasileira. "São positivas as medidas adotadas pela União Europeia para conter os efeitos da crise na região."
"O governo europeu agiu tardiamente, mas reconheceu a dimensão do problema, primeiro dentro da Europa, com países como Portugal. Podemos ver que a criação do fundo de emergência no valor de 750 bilhões de euros é necessária e manisfesta uma disposição futura para manter a União Europeia unida, assim como a moeda única. Haverá uma reestruturação da saúde européia, trazendo ao mesmo tempo uma expectativa muito boa para o Brasil, para retomar os investimentos", explicou Grisi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário