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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Indústria zera perda de crise econômica

Produção: Setor tem maior crescimento na produção desde outubro do ano passado
Veículo: Estado de Minas e Diário de Pernambuco  Data: 05/05/10
Jornalista:Tetê Monteiro
tetemonteiro.em@uai.com.br
A produção industrial brasileira cresceu 2,8% em março frente a fevereiro, a maior variação positiva desde outubro de 2009 (3,2%). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o percentual alcança o quarto avanço consecutivo de dois dígitos nesta base de comparação: 19,7%.
Dos 27 setores pesquisados, dois tiveram queda - novamente refino de petróleo (-11%) e indústria do fumo (-4,1%), em relação a março de 2009.
No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, a variação é negativa (-0,3%), ainda que o ritmo de queda esteja reduzindo. Os números da Pesquisa Industrial Mensal foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o resultado praticamente zerou as perdas geradas pela crise econômica mundial - está a apenas 0,1% abaixo do pico registrado em setembro de 2008, mês anterior ao agravamento da turbulência global.
Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, os três primeiros meses de 2010 apresentaram crescimento de 18,1% e, sobre o quarto trimestre, o avanço foi de 3%. Segundo o IBGE, dos 27 setores pesquisados, 19 tiveram variação positiva de fevereiro para março. Os destaques são veículos automotores (10,6%), que recuperaram a queda de 5,6% acumulada nos últimos quatro meses, máquinas e equipamentos (5,2%) e bebidas (7,6%).
Na direção oposta, a indústria farmacêutica recuou 9,7% no mês passado, após alta de 17% em fevereiro. O segmento de refino de petróleo e produção de álcool também teve queda de 9,4%, principalmente pelas paralisações ocorridas nas unidades produtoras. Frente a março de 2009, dos 27 setores pesquisados, somente dois tiveram variação negativa - novamente refino de petróleo (-11%) e indústria do fumo (-4,1%). Mais um vez veículos automotores (36,6%) e máquinas e equipamentos (49,5%) exerceram pressão positiva na formação da taxa global.
Trajetória - "Os bens de capital cresceram acima da média da indústria geral (3%) de fevereiro para março, mantendo a trajetória positiva desde abril de 2009. No confronto março a março, os bens de capital avançaram 38,4% e os de consumo duráveis 25,8%. Esses segmentos têm uma relação forte com investimento, o que dá uma qualidade importante para a indústria como um todo", avalia o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo. Conforme o economista, o crescimento geral da indústria se deu por uma combinação de fatores. "Por ter tido uma base de comparação mais baixa, devido aos efeitos decorrentes da crise em 2009, pelo ritmo industrial de início de ano e pelo efeito calendário, já que março de 2010 teve um dia mais que o mesmo mês do ano passado", explica.
Na análise do professor da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Celso Grisi, a alta em março é reflexo da onda de oferta de crédito que inundou o país nos últimos meses e, por sua vez, estimulou o consumo e investimentos em máquinas e equipamentos para modernizar os parques industriais. Segundo Grisi, não deve ocorrer uma queda, apenas o crescimento será mais lento no próximo trimestre. "Os números mostram que 30% da renda comprometida foi com eletrodomésticos, veículos, vestuário e eletroeletrônicos. Por outro lado, a recuperação americana vai ativar o ritmo das exportações no Brasil e os negócios na Ásia".

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