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sábado, 22 de maio de 2010

Ainda é cedo

Investidores reagem a sinais que não se amplificaram suficientemente
Semana passada a crise na Europa parecia estar chegando ao fim. Afirmei que ainda haveria espaços para novas quedas. O mercado continuou a cair.
Nessa sexta-feira que passou, bastaram algumas notícias e o mercado reagiu. O Bank of Japan mostrou-se otimista com a recuperação e manteve a taxa de juros em 0,5% a.a. O otimismo decorre dos aumentos das exportações e da produção japonesas. O Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) anunciou que o PIB do país cresceu 0,2%, no 1o. trimestre de 2010 em relação ao trimestre anterior. Embora muito modesto, o dado surpreendeu positivamente o mercado que esperava por resultado negativo. No Reino Unido, a boa notícia é que o endividamento ainda está em patamar administrável. Embora grande, a dívida líquida do setor público é de 62,1% do PIB. Trata-se de dívida de 893,4 bilhões de libras esterlinas para um PIB de 1,450 trilhão da moeda local. Ainda segundo a Agência Nacional de Estatística da região (National Statistics), o déficit orçamentário é de 9,3 bilhões de libras esterlinas em abril desse ano, contra 7,6 bilhões no mesmo mês de 2009. Dívida e déficit aumentaram, mas menos do que se esperava. O PMI (índice dos gerentes de compras) do setor manufatureiro, da zona do euro, caiu, em maio, para 55,9 pontos face os 57,6 pontos de abril. Embora seja, segundo o instituto Markit Economics, a terceira queda consecutiva, não surpreende a ninguém. Por outro lado, a UE chegou a um acordo maior sobre o controle fiscal dos países da região, prevendo punições aos excessos que vêem sendo praticados na região. Transparência das contas públicas passa a ser o nome do jogo entre os países da UE. A alemanha confirmou sua participação no pacote de socorro a países endividados. Dos Estados Unidos chegaram boas notícias. As bolsas americanas fecharam em alta em função da aprovação da reforma financeira, pelo Senado dos Estados Unidos. Desconsiderada a volatilidade dos pregões em NY e certo grau de dúvida sob a correção dos rumos do sistema financeiro, o otimismo brasileiro pareceu precoce.
Remanescem dúvidas sobre o equacionamento europeu e a reforma financeira americana ainda tem que passar por alguns ajustes adicionais, não desprezíveis, para estabilizar , no médio prazo, o sistema financeiro americano.
Portanto, ainda há espaços para novas quedas no mercado nacional. Recomendo, outra vêz,  que se suba no muro e se espere até o cenário superar as volatilidades presentes.

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