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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dúvidas e temores

Contradições confundem o entendimento
das tendências
Mercado conclui que o melhor é ser cauteloso e esperar.
Na Europa, foi a boataria sobre o imaginado plano de 250 bilhões de euros que a União Européia e o Fundo Monetário Internacional estariam preparando para tirar a Espanha do fundo do poço. Tudo devidamente desmentido pelas duas organizações. Não deu outra, a moeda norte-americana valorizou-se no Brasil 0,11%.
Ainda na Europa, a inflação ao consumidor na zona do euro continua a crescer. Em maio, o avanço dos preços foi de 1,6%. No mês anterior havia sido de 1,5%.
Em meio a uma crise de proporções tão grandes era de se esperar por comportamento da inflação bem diferente. O alerta está dado. É preciso reduzir a liquidez excessiva. Aliás, o bom desempenho na captação de recursos da Espanha, Irlanda e Bélgica, no leilão de bônus, comprova esse excesso de liquidez e também aponta para um certo convencimento de que as dívidas desses países já estariam sendo objeto de um encaminhamento correto.
Nos Estados Unidos o índice de construção de residências caiu cerca de 10% em relação a abril. As licenças para novas construções registram duas quedas sucessivas. Em abril, a queda foi de 10,9% e em maio 5,9%. Em outras palavras, os dois indicadores deixam a impressão de que o setor está baleado mesmo e que sua recuperação não deve ser esperada no curto prazo. É coisa de mais um ano, no mínimo. O americano está apresentando um comportamento mais para japonês, aprendendo a poupar mais e a se endividar menos. No tocante à produção industrial, a notícia é animadora. Cresceu 1,2% em maio, quando comparado ao mês anterior. Esse crescimento levanta expectativas positivas sobre o mercado de trabalho e dá força aos argumentos relacionados à consistência da recuperação da economia americana. Agora, o que deu impulso às convicções sobre o crescimento da economia norte-americana foi a estimativa de que a utilização da capacidade instalada da indústria cresceu para 74,7% em maio. Aliás, o custo das matérias primas está em alta, no mundo.
Por aqui a taxa Selic tem falado alto. As medidas de inflação dão conta do arrefecimento dos preços e fluxo de capitais estrangeiros segue à busca dos altos juros pagos em reais. Investidores estrangeiros esperam pela abertura de capital de empresas brasileiras e põem seus olhos no lançamento de ações do Banco do Brasil.
O petróleo continua a subir. Demos, nas postagens de ontem, uma grande ênfase a essa commodity. Na verdade, a alta é mais consequência da queda de produção das refinarias nos Estados Unidos. O barril de petróleo do tipo WTI, com vencimento em julho, cresceu 0,9% para US$ 77,64 na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Em Londres, o barril do tipo Brent, com vencimento em julho, aumentou 1,4%, cotado a US$ 78,15.
Começamos a nos aproximar dos 80 dólares o barril e, exatamente, em um dia em que o dólar valorizou-se em relação às demais moedas fortes. Quando o dólar sobe o risco das commodities aumenta e seus preços, obedientes a isso, caem. Não deu o esperado, ao contrário o preço do petróleo continuou a subir. Há, portanto, entre os investidores, uma crença no aumento do consumo dessas commodities que só pode decorrer da certeza em uma recuperação econômica mais rápida em nível mundial.
Finalmente, precisamos lembrar que em termos de contradições, no dia de ontem, a Suiça derrotou a Espanha. É, as coisas estão mudando.

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