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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Risco é só para quem gosta

Petróleo fechando a US$ 76,00/barril
Ainda ontem ensaiamos uns palpites sobre o petróleo. Realmente trata-se de uma commodity com excelentes perpectivas de altas de preços, se, e apenas se,  o crescimento mundial for confirmado. Os estoques estão baixos e a demanda pode crescer muito.
Vale sempre lembrar que o mercado de commodities é considerado, entre todos, o mercado de maior risco. Portanto, esse risco deve ser corrido exclusivamente por quem gosta e acompanha tudo muito de perto.
Importante observar que muito da alta de ontem pode estar relacionada à divulgação da expansão do índice de atividade manufatureira, anunciada pelo FED de NY. Na postagem de domingo, discutimos que a publicação desse índice poderia trazer impactos positivos à economia americana. Aconteceu. Poderia não acontecer. Aí o efeito seria inverso. É isso que explica o risco desses mercados. Eles dependem do efeito conjunto e simultâneo de um número muito grande de variáveis, parte delas com comportamentos incontroláveis e de previsibilidade muito difícil.
Por que crer na recuperação mundial tão definitivamente e fazer apostas em commodities, se os fundamentos econômicos dos países ricos não mudaram? Apenas porque a Europa cresceu 0,3% a mais do que prevíamos? Apenas porque a França anunciou um plano de redução de 5% de seu déficit interno até 2013? Apenas porque a recuperação americana tem mostrado vigor? Apenas porque os BRICS estão indo muito bem, sustentando a demanda mundial e garantindo a rentabilidade das commodities?
São tantos "apenas", que a somatória deles levou à percepção de um risco menor e os investidores passaram a fazer as apostas no petróleo. Volto a dizer que surfar nessas ondas é perigoso. Seja como for, a Petrobras é uma blue chip em pocesso de capitalização e com acesso a uma das maiores reservas mundiais. Não acredito em quedas maiores, mesmo que a recuperação não se comporte bem.
Enfim, "tudo continua como dantes no quartel de Abrantes": entrar tem riscos altos de perdas e de ganhos. Melhor ficar fora? Pode ser uma chance desperdiçada. Melhor ficar dentro? Chances são coisas dos jogos de azar e, invariávelmente, privilegiam as bancas. Decida você.

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