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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Defesa da probabilidade no futebol

Finalizado o jogo Brasil e Holanda surgem explicações múltiplas sobre o motivo da derrota: Dunga, Felipe Melo, falta de criatividade no trio de ataque... Muitos comentaristas se comportam como profetas do passado: eu disse! isso poderia ocorrer...

Não os culpo. Muitos são pagos para criar polêmica e outros sofrem de auto-engano.

A hipótese que proponho é que quando as equipes têm nível técnico semelhante a partida é definida por eventos probabilísticos. Deixa de ser um fenômeno determinístico para entrar no campo das probabilidades.

Este jogo é rico em evidências empíricas. Alguns indícios:

1) A Holanda se classificou para Copa VENCENDO todas as suas partidas em seu grupo europeu;

2) Está há 23 jogos invicta. Portanto do ponto de vista Determinístico estava em condições equivalentes ao Brasil;

3) No final do primeiro tempo o placar poderia ter sido Brasil 3 x 0 Holanda (Houve um gol impedido por centímetros e um penalty claro sobre Kaká)

4) No 2º tempo um cruzamento para área de Sneider a bola resvala em Felipe Melo e entra;

5) Logo em seguida Kaká consegue um chute próximo a grande área e, por centímetros, o goleiro da Holanda desvia a bola;

6) O mortal escanteio Holandês poderia ter sido inútil, se o cabeceador tivesse desviado a bola na 1ª trave um pouco mais para o alto. Sneider provavelmente não a teria alcançado;

Qualquer diferença no posicionamento do goleiro, do jogador na hora do chute ou cabeceio, poderia ter mudado completamente o destino do jogo.

O comentarista de futebol tenta tratar o fenômeno como determinístico (O que pode ser verdade em seus fundamentos e táticas, mas que é insuficiente para entender sua derradeira essência probabilística).

Quando duas equipes equivalentes se encontram eventos do tipo “cisne negro”- aqueles que são inesperados,imprevisíveis - são fatores decisivos na Copa (poderíamos incluir os erros dos juízes?)

A Jabulani ganhou importância porque produz o inesperado. Por outro lado nas táticas modernas (defensivas) o craque tende a perder importância por ter cada vez menos capacidade de produzir o inesperado.

Talvez por isso sejamos saudosistas do futebol do passado: com uma tática mais ofensiva (praticada por todos), a chance de um talento individual brilhar era maior ( e nisso o Brasil continua líder)

Não há o que lamentar na derrota do Brasil, apenas se curvar ao acaso..

Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez
ramirogon@uol.com.br

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