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sexta-feira, 30 de julho de 2010

A receita é a mesma: âncora verde, âncora cambial e âncora de juros.

A fórmula envelheceu. Os desafios são outros.
Com o mais do mesmo, não vamos evoluir.
A lei da oferta e procura ficou para o comércio. A procura está garantida pelo crédito farto ao consumo.
Garantida a procura, o problema passou a ser assegurar a oferta. Crédito subsidiado, via BNDES, ajuda muito. Mas não resolve. O câmbio segura a oferta. A valorização do real favorece  a concorrência internacional e a indústria nacional tem que voltar-se para o mercado interno, tentando garantir o seu share frente aos importados.
Muitas aproveitaram o "boom" da economia e se venderam, a bons preços, ao capitais internacionais.
A agricultura segurou as contas externas, até recentemente. Os preços agrícolas cresciam no mundo mais do que o dólar se desvalorizava no Brasil. Isso acabou. As contas externas  fazem água. Os juros detonam os custos e os preços da produção nacional. Os preços já não respondem adequadamente à alta dos juros. Eles já estão elevados para além do suficiente.
A agricultura passará a pagar o preço que a indústria já vem pagando.
Observe o último levantamento do Instituto Economia Agrícola do Estado de São Paulo, em relação aos preços pagos a produtores agrícolas.
Segundo o IEA, o “Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária (IqPR) registrou queda de 3,28% na terceira quadrissema de julho de 2010.
O IqPR-V (produtos de origem vegetal) também fechou com variação negativa de 5,74% e o IqPR-A (produtos de origem animal) subiu 2,81%". 



A alta na carne de frango apenas acompanha o aumento dos preços da carne bovina. Os preços do algodão decorrem da queda dos estoques internacionais e da quebra da safra dos cerrados.
A oferta reduzida de banana está relacionada ao frio nas regiões produtoras. Isso explica a escassez relativa do produto e provoca a alta dos preços.
A alta da carne bovina decorre da baixao ferta de boi gordo nas pastagens. Frio e seca explicam essa escassez. O café apresentou alta de suas cotações em função do aumento da demanda internacional.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços, segundo IEA,  na terceira quadrissemana de julho foram: "tomate para mesa (56,00%), batata (27,03%), feijão (20,60%), laranja para mesa (12,28%) e amendoim (5,89%)".
Logo, logo, nossos agricultores vão vender suas fazendas aos capitais estrangeiros. Os interessados serão privates equyties americanos e chineses. Que tal? Já estamos desnacionalizando a educação. Na saúde os capitais internacionais já chegaram. A agricultura será o próximo passo?

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