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domingo, 18 de julho de 2010

Preços de ativos têm seus significados próprios

É preciso reverter o fluxo especulatório
Que tal voltarmos a pensar na economia real? Vejam o quê dizem os preços dos ativos.
O indicador de risco-País teve alta de um ponto-base. Fechou a semana a 228 pontos. O Global 40, principal título da dívida externa brasileira, subiu 0,90%, cotado a 135,30 centavos de dólar. Ao mesmo tempo, o preço dos Treasuries registrou sua terceira elevação consecutiva.
Se for verdade que essas altas refletem a maior aversão aos riscos embutidos na renda variável, então o Brasil está com a bola toda. Não é verdade. O Brasil está pagando um juro muito alto no mercado internacional. O Global 40 sobe, mas o risco-país também. É a arbitragem financeira, deteriorando o lado real de nossa economia.
Apenas para confirmar, os títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano, principal referencial do juros a longo prazo nos EUA, apresentam um rendimento de 2,92%. Os títulos de 5 anos, 1,67% e os de 30 anos 3,94%. A diferença é absurda em relação rentabilidade dos papéis comercializados pelo Brasil.
Bolsa em queda e risco-país subindo junto com o dólar. Só corre o risco quem procura alta remuneração- os especuladores. Incertezas com a recuperação e receios com a situação das grandes organizações mundiais tornam o dólar e o ouro refúgios naturais para investidores.
No Brasil, dólar comercial fechou cotado a R$ 1,7800 na compra e R$ 1,7820 na venda, alta de 0,56% em relação ao fechamento anterior. Mesmo assim, dada a especulação financeira internacional (que aprecia os juros brasileiros), o dólar acumula desvalorização de 1,22% em julho. No ano, a valorização acumulada da moeda norte-americana é de apenas 2,34%.
Estamos na contra-mão da China. Lá, o fluxo cambial é imensamente maior e não valoriza o yuan. A razão disso é que a especulação não tem vez em cima dos chineses. A divisa estrangeira vira investimento externo direto e gera emprego e renda. Que tal experimentarmos a receita?

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