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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Espingarda baixa dá tiro no pé

A economia dos Estados Unidos
mostrou fôlego curto.
Convalescia. Até que bem. Recaiu.
Na liguagem econômica foi um “double deep” (um duplo mergulho, no sentido do segundo mergulho). As coisas pareciam ir bem, mas o fim dos incentivos e a menor presença do governo no esforço de recuperaração evidenciaram a fragilidade da iniciativa privada. Sem o governo, a atividade econômica rateia e parece parar.
Agora, espera-se por um longo período de baixo crescimento.
Foi muito dinheiro colocado na reativação do consumo. Quase nada em investimentos. Investimentos criam empregos, aumentam a renda e movem a máquina do consumo. Injetar no consumo ocupa capacidade instalada, emprega mais lentamente e não produz grande impacto na demanda agregada, dada a tendência de ampliar a poupança que a insegurança sempre provoca. A incerteza e a insegurança se alastram pelas famílias.
Há sinais de recessão no horizonte de curto prazo, o crescimento, lento como está, não dá conta da população economicamente ativa. O desemprego supera os 10% e no cenário de crescimento esperado para 2010, algo em torno de 2,5%, não deve cair. O crescimento mundial também é anêmico e incapaz de produzir impacto na economia americana. As exportações poderiam se constituir em uma vertente alternativa de crescimento, mas para isso a demanda mundial precisaria ser bem maior, mesmo como dólar desvalorizado como está.
O pior mal que a desaceleração norte-americana causa é a contaminação das demais economias do mundo. A China terá que rever seu crescimento, de vez que as importações americanas devem sofrer um encolhimento natural. Os chineses podem preparar-se para um crescimento inferior aos 9%, em 2011. Da Europa não se pode esperar muito. Vamos encontrá-la também estagnada por algum tempo. O Japão está parado.

Volto a dizer, pensando no Brasil, se o consumo interno é nossa melhor estratégia, investimentos e poupanças são os principais objetivos a perseguir.
Colocar dinheiro so no consumo é dar um tiro no próprio pé. Melhor levantar a espingarda e atirar  no investimento também.

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