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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Inflação pode ser inercializada. E o PIB, pode?

O crescimento do PIB parece ser inercial
Acho que o termo caberia bem para o momento econômico brasileiro. Crescimento inercial do PIB. É isso aí.
Imagino que isso possa ocorrer pela somatória de fatores passados, que mantém seus efeitos secundários, defasados no tempo. Trata-se de investimentos que se iniciaram mesmo antes da crise e que, concluídos, continuam a ativar a demanda de produtos básicos, de matérias primas, materiais secundários, partes, peças, sistemas e de toda sorte de mão de obra envolvida na operação, na manutenção, no transporte, na estocagem, estendendo esses seus efeitos por alguns anos a fio. Não me parecem surpreendidos por nenhum indicador construído para esse fim e, de modo geral, não encontram guarida nas análises econômicas. O BNDES tem tido, mesmo antes de 2008, um papel decisivo junto à inciativa privada, nesse processo. Também os investimentos públicos não foram pequenos. O fato é que se a demanda tem crescido muito e obrigado o Banco Central a “pisar fundo nas taxas de juros”, a oferta também evoluiu para além do que se esperava.

Talvez isso explique o Banco Central finalizar essa fase de aperto monetário, imaginando que bem cedo, o PIB ao ritmo de 1,2% no segundo trimestre, pudesse alcançar a demanda, sobretudo com os aditivos esperados para o terceiro trimestre.
Está aí a idéia do crescimento inercial do PIB. Impulsionado por fatores cumulativos que se estendem no tempo, sem que ninguém os veja com muita clareza, pois ocorrem sempre de maneira defasada. Medem-se mais propriamente os aditivos. E a eles é que se atribuem as virtudes ou as mazelas da economia, como se inércia não fosse fenômeno econômico.
Entretanto, vale lembrar que o consumo pode teimar em se descolar. Basta para isso que o crédito continue em uma trajetória de forte expansão. Cartões de crédito, créditos pessoais, financiamentos no varejo em lojas podem pôr tudo a perder. A primeira parcela do 13º salário comparece no mercado, irrigando a economia, com mais R$9 bilhões.
A continuidade dos investimentos, entretanto, não está garantida, O governo mascara seus gastos, o câmbio sofre novas pressões a partir dos fortes ingressos financeiros previstos. O real não para de se valorizar. A moeda nacional está muito forte e as importações continuam a crescer, comprometendo a competitividade das empresas e desistimulando os investimentos.

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